Nesta quarta-feira, 20, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu baixar a taxa básica de juros para 12,75% ao ano. Esta é a segunda redução seguida de 0,5 ponto percentual, após um período sete manutenções consecutivas. A decisão do colegiado seguiu as expectativas do mercado. O Comitê citou que os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas. O grupo também cita a elevação das taxas de juros de longo prazo dos Estados Unidos e a perspectiva de menor crescimento na China, ambos exigindo maior atenção por parte de países emergentes. “A conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento e por expectativas de inflação com reancoragem parcial, demanda serenidade e moderação na condução da política monetária. O Comitê reforça a necessidade de perseverar com uma política monetária contracionista até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”, avaliou o grupo.
Em relação ao cenário doméstico, o Copom observou maior resiliência da atividade econômica do que anteriormente esperado, mas segue antecipando um cenário de desaceleração da economia nos próximos trimestres. O Comitê ressaltou que os impactos do aperto monetário sincronizado sobre a desinflação global se mostrarem mais fortes do que o esperado. “Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário. O Comitê ressalta ainda que a magnitude total do ciclo de flexibilização ao longo do tempo dependerá da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular as de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”, afirmou o comitê.
Na ata da reunião anterior, os membros do grupo já haviam sinalizado a possibilidade de continuar com reduções de 0,5 ponto percentual nos encontros seguintes. A última edição do Boletim Focus, que mede as expectativas do mercado, também projetava o corte de 0,5 p.p. Dados positivos na economia dos últimos dias também incentivaram a decisão. Na terça-feira, 12, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o IPCA mensal registrou crescimento de 0,23% em agosto de 2023. Apesar do crescimento, o índice veio abaixo das expectativas do mercado, que esperava que a inflação batesse 0,28%. As exportações do agronegócio cresceram 6,6% em agosto de 2023, alcançando o melhor resultado para o mês na série histórica. O setor arrecadou US$ 15,63 bilhões no mês.
Mais cedo no mesmo dia, o Federal Reserve (Banco Central dos Estados Unidos) decidiu manter a taxa de juros nos EUA para o intervalo entre 5,25% e 5,5% ao ano. O percentual representa o maior patamar em 22 anos. A última vez que os juros norte-americanos foram a 5,5% foi em 2001. O comitê avaliou que indicadores recentes sugerem que a atividade econômica tem crescido em um ritmo sólido. A geração de emprego diminuiu nos últimos meses, mas permaneceu forte, com taxas de desemprego em baixa. Apesar disso, a inflação continua elevada. Para os membros do Fed, condições de crédito mais restritivas para famílias e empresas poderão pesar sobre a atividade econômica, as contratações e a inflação. O Comitê afirmou que está preparado para ajustar os rumos da política monetária, conforme apropriado, caso, surjam riscos que possam impedir o cumprimento dos objetivos do Comitê.
Fonte: Jovem Pan