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Dólar bate R$ 6 pela 1ª vez na história com pacote fiscal e isenção do IR; bolsa cai
Economia
Publicado em 28/11/2024

O dólar opera em alta firme nesta quinta-feira (28) e chegou a bater a marca de R$ 6 pela primeira vez na história com a reação negativa do mercado ao anunciou do pacote fiscal e isenção do Imposto de Renda para salários até R$ 5 mil.

Por volta das 11h40, a divisa subia 0,85%, negociada a R$ 5,99 na venda. Na véspera, a divisa norte-americana encerrou a R$ 5,91, maior valor nominal da história.

Na mesma hora, o Ibovespa operava em queda de 1,2%, na linha dos 126,1 mil pontos.

O dia é marcado sem a referência das bolsas em Wall Street, que estão fechadas nesta quinta devido feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos.

Os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Simone Tebet (Planejamento e Orçamento) e Rui Costa (Casa Civil) apresentam nesta quinta-feira (28) os detalhes das medidas divulgadas na véspera.

Também participam do evento os ministros Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação) e Esther Dweck (Gestão e da Inovação em Serviços Públicos).

A apresentação está sendo feita no Palácio do Planalto.

Haddad anunciou na noite desta quarta-feira (27) um aguardado conjunto de medidas para controle de gastos e uma das promessas de campanha do Luiz Inácio Lula da Silva (PT): a isenção do IR aos contribuintes que ganhem até R$ 5 mil por mês.

Segundo o ministro, a isenção deve ter impacto fiscal de R$ 35 bilhões – valor abaixo do previso por analistas do mercado, que previam soma de ao menos R$ 45 bilhões.

A medida – que ainda precisa ser aprovada pelo Congresso -, deve entrar em vigor a partir de 1º de janeiro de 2026, pontou Haddad.

Durante a apresentação, Haddad também disse que a reforma da renda pressupõe “neutralidade tributária”.

“A reforma tributária não visa nem aumentar, nem diminuir a arrecadação, o objetivo da reforma tributária é buscar e eficiência e justiça tributária”, pontuou.

 

Pacote fiscal

O governo também detalhou sobre o pacote de ajuste fiscal. As propostas anunciadas por Haddad preveem uma economia de R$ 70 bilhões pelos próximos dois anos que, segundo o ministro, “consolidam o compromisso deste governo com a sustentabilidade fiscal do país”.

  • As sinalizações de medidas para corte de gastos pelo ministro da Fazenda vêm sendo divididos em seis frentes:
  • Limitação do avanço do salário mínimo dentro do arcabouço (podendo crescer ao máximo 2,5% somados à inflação)
  • Correção do limite de acesso ao abono salarial pela inflação até que o teto caia a um salário mínimo e meio
  • Mudanças na aposentadoria militar, com idade mínima para ir à reserva e limitação na transferência de pensões;
  • Sujeição de agentes públicos ao teto constitucional, o que levaria ao fim dos chamados “supersalários”;
  • Crescimento das emendas globais dentro do arcabouço e destinação de 50% das emendas de comissão para a saúde
  • Aperfeiçoamento dos mecanismos de controle de fraudes e distorções, especialmente para o BPC (antiga aposentadoria por invalidez)

As medidas apresentadas por Haddad ainda precisam ser votadas e aprovadas pelo Congresso Nacional. O ministro da Fazenda afirma ter “esperança” de uma aprovação das propostas ainda neste ano, mesmo com o calendário apertado e outras pautas na fila.

O plano foi recebido por críticas do mercado devido à timidez das medidas de corte de gastos sinalizadas e à apresentação “casada” de mudanças na tabela do imposto de renda.

A analista do CNN Money Solange Srour, apontou que falta ousadia para a medida.

Segundo Srour, o pacote apresenta limitações significativas no controle efetivo dos gastos públicos. Embora as medidas possam resultar em um crescimento menor das despesas, a analista acredita que não serão suficientes para se adequar ao novo arcabouço fiscal proposto pelo governo.

Na mesma linha, o analista do CNN Money Tony Volpon afirmou que a apresentação do ministro da Fazenda caracterizou como um “vídeo de campanha” em vez de um anúncio efetivo de medidas econômicas.

Segundo o especialista, a forma como o pacote foi divulgado passa a impressão de que o governo, fora da equipe econômica, não compreendeu a importância de vender essas medidas como positivas.

 

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