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Senado aprova Galípolo para diretoria de Política Monetária do BC
Política
Publicado em 04/07/2023

O Senado aprovou nesta 3ª feira (4.jul.2023) Gabriel Galípolo como novo diretor de Política Monetária do BC (Banco Central). O economista recebeu o voto favorável de 39 senadores contra 12 e 1 abstenção.

 

O plenário da Casa Alta analisa ainda o nome do funcionário público Ailton Aquino para o comando da Diretoria de Fiscalização. Deve ser aprovado com facilidade.

Ambos foram indicados pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e passaram por sabatina na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) também nesta 3ª feira (4.jul). Foram aprovados por ampla margem.

 

Os nomes são uma forma de Lula aumentar sua influência na cúpula do BC. O atual presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, é criticado pelo chefe do Executivo pelo patamar da taxa básica de juros, a Selic, que está em 13,75% desde setembro de 2022.

 

Gabriel Galípolo, 41 anos, é ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda, o 2º cargo mais importante na hierarquia do órgão. É próximo do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e defende que o presidente Lula fale sobre a política monetária. Diz ainda que nenhum economista pode “impor o que entender ser o destino econômico do país sob a vontade democrática e de seus representantes eleitos”.

 

 

Galípolo e Aquino ocuparão os cargos por 4 anos, até 28 de fevereiro de 2027. Há ainda a possibilidade de recondução por igual período, caso o presidente da República volte a indicá-los.

Galípolo assumirá o cargo que era do economista Bruno Serra Fernandes, que teve o mandato encerrado em 28 de fevereiro de 2023 e deixou o BC em 27 de março de 2023. Posteriormente, Diogo Abry Guillen, diretor de Política Econômica, acumulou a função interinamente.

 

Já a diretoria de Fiscalização é comandada por Paulo Souza, que também teve o mandato encerrado em 28 de fevereiro de 2023, mas aguarda o sucessor no cargo.

 

PRIMEIROS INDICADOS DE LULA

Os nomes são uma forma de Lula aumentar sua influência na cúpula do BC. O atual presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, é criticado pelo chefe do Executivo pelo patamar da taxa básica de juros, a Selic, que está em 13,75% desde setembro de 2022.

 

O BC tem 9 cadeiras, sendo 8 diretores e o presidente. Para obter maioria na autoridade monetária, Lula terá que trocar 5 nomes, o que só será possível depois de dezembro de 2024. Depois da autonomia do Banco Central, sancionada em fevereiro de 2021, a lei estabeleceu mandatos de 4 anos.

 

Gabriel Galípolo, 41 anos, é ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda, o 2º cargo mais importante na hierarquia do órgão. Também é mestre em economia política. Eis a íntegra de seu currículo (5 MB).

 

Em 8 de maio, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, falou sobre a indicação. Disse que, além de seu auxiliar ser um “nome de confiança” do mercado financeiro, a “1ª pessoa” a sugeri-lo para a cúpula da autarquia foi o próprio Campos Neto. A conversa entre o chefe da equipe econômica e o presidente do BC se deu durante evento do G20 em Bangalore, na Índia.

 

Já Ailton de Aquino Santos, 48 anos, é auditor-chefe do Banco Central, onde está desde 1998. Se assumir o posto de diretor, será o 1º homem negro a integrar a cúpula da autoridade monetária.

O funcionário público Ailton Aquino (foto) deve ser o 1º homem negro a ser diretor do BC

Ele é formado em ciências contábeis e direito. Também tem pós-graduação em contabilidade internacional e engenharia econômica de negócios. Atua na área de Fiscalização há 25 anos. É ainda especialista em auditoria de banco de dados de crédito. Eis a íntegra de seu currículo (4 MB).

 

CARREIRA DE GABRIEL GALÍPOLO

tem graduação e mestrado pela PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo);

formou-se em ciências econômicas, de 2000 a 2004, e fez especialização de 2005 a 2008;

enquanto fazia o mestrado, deu aula de economia brasileira contemporânea; macroeconomia; economia para relações internacionais; introdução à ciência política, história do pensamento econômico; e economia política. Foi professor de 2006 a 2012 –começou quando tinha 24 anos;

lecionou também na FESPSP (Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo);

em 2007, foi chefe da assessoria econômica da Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos, comandado na época por José Luiz Portella Pereira, no governo de José Serra (PSDB);

partiu em 2008 para a diretoria de Estruturação de Projetos na Secretaria estadual de Economia e Planejamento, chefiada por Mauro Ricardo Costa;

de 2009 a 2022, atuou em consultoria própria e estruturou estudos de viabilidade econômico-financeira de projetos de concessões e PPPs (parcerias público-privadas), que culminou na indicação para o governo de transição em 2022;

Galípolo ajudou o atual presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante, a elaborar o plano econômico de governo em 2010 durante sua candidatura ao governo de São Paulo;

em 2017, o economista tornou-se CEO do Banco Fator, que começou a operar em 1967 no Rio. A instituição financeira é conhecida pelo trabalho no mercado de PPPs e privatizações. Chefiou a instituição financeira por 4 anos, até 2021. Criou laços com o mercado financeiro neste período;

em 2022, passou a ser pesquisador sênior do Centro Brasileiro de Relações Institucionais, onde atuou por 1 ano e 7 meses. Foi conselheiro da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) em 2022;

aos 40 anos, assumiu a secretaria-executiva do Ministério da Fazenda –o número 2 na pasta, abaixo de Haddad;

foi indicado para a diretoria do Banco Central em maio de 2023, aos 41 anos.

Fonte: Poder360

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