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Rei Charles III é coroado em cerimônia luxuosa e diz aos súditos que vem ‘para servir, não ser servido’
Internacional
Publicado em 06/05/2023

Rei Charles III se tornou oficialmente rei do Reino Unido neste sábado, 6, após a cerimônia de coroação, realizada oito meses após a morte de rainha Elizabeth II, que morreu em setembro de 2022. O evento – o primeiro em 70 anos – foi marcado por uma série de etapas, que foram desde a entrada do monarca na igreja, até o momento em que ele foi agraciado com uma das duas coroas que vai carregar. Logo no início da cerimônia, ele realizou o Juramento da Coroação, comprometendo-se a defender a lei e a Igreja da Inglaterra, e o Juramento da Declaração de Adesão, declarando-se um “fiel protestante”. “Em seu nome e a seu exemplo não venho para ser servido, mas para servir”, disse rei Charles III. “Eu, Charles, solene e sinceramente na presença de Deus, professo, testifico e declaro que sou um fiel protestante e que irei, de acordo com a verdadeira intenção das leis que garantem a sucessão protestante ao trono, defender e manter as referidas promulgações com o melhor de meus poderes de acordo com a lei”, recitou, sentado na Cadeira do Estado. Ao fim da cerimônia, já no Palácio de Buckingham, o rei e a rainha, junto a outros membros da família real e familiares de Camilla, apareceram na sacada e acenaram para os súditos.

 

Apesar de ter sido uma cerimônia simples e para poucos convidados, quando comparada a de sua mãe, os luxos se fizeram presente do começo ao fim. A começar pelas carruagens – ambas feitas de ouro – que foram usadas durante as duas procissões que ele e Camilla, sua esposa, que também foi coroada rainha, fizeram. No cortejo de ida, eles utilizaram a Diamond Jubilee State Coach, já na volta usaram a Gold State Coach, uma carruagem de 260 anos que foi utilizada em todas as coroações desde Guilherme IV. Outro ponto de destaque foram as coroas. A partir de agora, Charles III irá utilizar duas. A de Saint Edward, peça central das joias da coroa britânica, foi a escolhida para a cerimônia e costuma ser usada exclusivamente em coroações. Ela tinha sido utilizada pela última vez em 1953, por Elizabeth II, mãe de Charles III. Após a coroação, o rei usará a coroa imperial de Estado, vista pela última vez no funeral da monarca que mais tempo ficou à frente do trono britânico. Confeccionada em 1937 para a coroação de George VI, também é usada na cerimônia de abertura do Parlamento. Esta coroa inclui o diamante Cullinan II, a segunda maior pedra talhada do diamante Cullinan. Segundo o Royal Collection Trust, é o maior diamante já descoberto.

A rainha consorte Camilla usará a coroa da rainha Mary, com 2.200 diamantes. É a primeira vez em quase três séculos que uma coroa já existente será usada na coroação de um consorte. A decisão foi tomada “em prol da sustentabilidade e da eficácia”, informou o Palácio de Buckingham. Foram feitas mudanças “menores” para “refletir o estilo individual de Camilla” e “prestar homenagem” à falecida Elizabeth II. Foram incluídos à peça vários diamantes, os Cullinan III, IV e V, da coleção pessoal da rainha falecida, que ela costumava usar como broches. Outras relíquas raras da realiza também foram exibidas no evento, como Cetro da pomba, Cetro da cruz, Orbe Real, Vara com pomba, Unção, Esporas, Trono do rei Edward, Cruz de Gales e Duas carruagens. O evento contará com relíquias doadas pelo papa Francisco, entre elas uma cruz de prata cerimonial com fragmentos de madeira que, segundo o Vaticano, vieram da cruz usada para crucificar Jesus Cristo. Ela foi abençoada antes de ser enviada para Londres e liderar a procissão da coroação. “A cruz fala sobre nossa fé cristã, nosso patrimônio, nossos recursos e nosso compromisso com a sustentabilidade”, afirmou o arcebispo do País de Gales, Andrew John.

Fonte: Jovem Pan

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