Um levantamento divulgado nesta 2ª feira (3.abr.2023) pela CNN revelou que 62% dos norte-americanos apoiam o indiciamento do ex-presidente Donald Trump. O bilionário foi indiciado na 5ª feira (30.mar) em um caso de suposto suborno à ex-atriz pornô Stormy Daniels.
A pesquisa da CNN foi conduzida pela SSRS, empresa de pesquisa de mercado norte-americana. Entrevistou 1.048 cidadãos adultos dos Estados Unidos nos dias 31 de março e 1º de abril de 2023. Leia a íntegra do levantamento.
Para 38% dos entrevistados, o indiciamento do ex-presidente não foi bem recebido. Em relação ao perfil político, 79% dos filiados ao Partido Republicano, o mesmo de Trump, rejeitam o indiciamento. Em contrapartida, 94% dos democratas aprovam a acusação judicial contra o bilionário.
Apenas 10% dos entrevistados julgam que Trump é inocente em relação aos supostos subornos pagos à ex-atriz pornô Stormy Daniels. Entretanto, as opiniões dividem-se quando questionados se as ações foram, de fato, ilegais ou só antiéticas.
Quando perguntados se Trump cometeu um crime, 37% responderam que sim, 33% responderam que os pagamentos foram antiéticos, mas não ilegais e 20% não têm certeza.
Depois de receber o anúncio do indiciamento, ainda na 5ª feira (30.mar), Trump disse que a decisão se deu por “perseguição política” contra ele. A maioria dos entrevistados pela pesquisa da CNN, 76%, acredita que a política desempenhou alguma influência na acusação jurídica.
Mais da metade dos entrevistados, 52%, concordam com Trump e consideram que a política desempenhou “um papel importante” no indiciamento. Outros 14% disseram que a vida pública do bilionário não teve nenhuma influência na decisão.
ENTENDA O CASO
Em 18 de março, Trump disse em sua conta na rede social Truth Social que esperava ser preso em 21 de março. Em sua publicação, o republicano não apresentou provas ou detalhes sobre qual seria a acusação que poderia levar à sua detenção.
O caso, no entanto, trata-se de um suposto pagamento de US$ 130 mil realizado à atriz pornô Stormy Daniels. O dinheiro teria sido dado a ela durante a campanha presidencial de Trump em 2016 para que não divulgasse um suposto caso extraconjugal entre eles. O republicano nega as alegações.
O episódio se tornou público em 2018 depois que o Wall Street Journal publicou uma reportagem revelando que o então advogado de Trump, Michael Cohen, teria feito o pagamento em outubro de 2016.
Em 2018, Cohen se declarou culpado de ter dado o dinheiro e indicou Trump como o responsável. Segundo o advogado, os pagamentos foram arranjados porque Trump estava “muito preocupado sobre como [as alegações de um caso extraconjugal] afetariam a eleição”. Pelas ações, Cohen foi condenado a 3 anos de prisão.
À época, o escritório do promotor distrital de Nova York abriu uma investigação criminal sobre o papel de Trump no caso. O responsável pela investigação que levou ao indiciamento do republicano é o promotor Alvin Bragg.
O pagamento em si não seria ilegal. Mas a suspeita é de que, ao reembolsar Cohen, Trump registrou na contabilidade de sua empresa, a Trump Organization, como honorários advocatícios.
Dessa forma, Bragg pode acusar o ex-presidente de falsificar os registros comerciais da companhia. O escritório do promotor também pode indiciar Trump por violação das regras de financiamento de campanha, já que a falsificação dos documentos podem ter relação com a campanha eleitoral de 2016.
Em 13 de março deste ano, Cohen testemunhou perante a um júri no Tribunal Criminal de Manhattan criado para analisar o caso. Disse que o assunto não se tratava de uma questão de “vingança” contra Trump.
“Minha posição é que, no final das contas, Donald Trump precisa ser responsabilizado por seus atos sujos, se de fato é assim que os fatos se desenrolam”, disse Cohen a jornalistas depois de encerrar seu depoimento. As informações são da CNN.
Em 21 de março, Trump criticou Cohen. “Na história do nosso país, nunca houve uma testemunha mais prejudicial ou menos crível em um julgamento do que o advogado cassado e criminoso, Michael Cohen”, disse.
Fonte: Poder 360