Depois de muitas negociações, o PT escolheu o deputado Zeca Dirceu (PR) como líder do partido na Câmara até início de 2025. A partir daí, ele passará o bastão para Lindbergh Farias (RJ), que ficará até 2026 nesse posto. A escolha ocorreu após um embate entre diferentes alas do partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A corrente majoritária do PT, a Construindo Um Novo Brasil (CNB), havia definido que Zeca Dirceu e Odair Cunha (MG) seriam os líderes da legenda nos próximos dois anos. Outros grupos do partido, porém, queriam Lindbergh como líder no ano que vem. Como forma de solucionar o impasse, a ala majoritária do PT desistiu de ter Odair Cunha como líder em 2024 e prorrogou por mais um ano a liderança de Zeca Dirceu, que é filho do ex-deputado e ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Em 2005, o então chefe da Casa Civil de Lula foi afastado do cargo, atingido pelo escândalo do Mensalão. Em seguida, teve o mandato cassado pela Câmara. O pai de Zeca também foi julgado na Lava Jato e, ao contrário de Lula, teve sua condenação mantida, no Superior Tribunal de Justiça (STJ). O ex-ministro teria utilizado sua influência para obter favorecimentos na Petrobras, recebendo valores indevidos em troca de indicações. Condenado a 30 anos de prisão, José Dirceu aguarda o julgamento do recurso em liberdade.
Lindbergh, que já foi senador e liderou a bancada do PT na Casa, chegou a dizer que a eleição de Zeca Dirceu para comandar o partido neste ano não ocorreria caso não houvesse acordo para que alguém de fora da corrente majoritária liderasse a sigla ano que vem. No entanto, na reunião realizada nesta quinta-feira, 5, foi fechado um meio-termo, que garantiu a liderançado parlamentar fluminense e os dois primeiros anos para a CNB. Divergências internas por espaço são comuns no PT. O próprio Lindbergh esteve envolvido em uma disputa parecida quando concorreu à presidência da legenda contra Gleisi, em 2017. A deputada foi escolhida naquele ano para representar o PT e permanece no cargo até hoje. Atualmente, ela e o deputado do Rio de Janeiro são namorados. Dentro do partido foi avaliada a possibilidade de Farias ser secretário-geral do PT, cargo que ficará vago com a ida do atual ocupante, Paulo Teixeira, para o Ministério de Desenvolvimento Agrário. Apesar disso, o próprio deputado descarta assumir a função para evitar que isso seja associado à sua relação com Gleisi.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Fonte: Jovem Pan