Os preços da soja fecharam mais um dia com estabilidade na Bolsa de Chicago. O intervalo dos US$ 13,50 aaos US$ 14,00 por bushel segue mantido e até que novas informações apareçam, este deverá ser o comportamento do mercado futuro norte-americano, como explica o analista da Safras & Mercado, Luiz Fernando Gutierrez. O dia terminou com altas de 0,50 a 1,75 ponto nas posições mais negociadas, levando o novembro a US$ 13,72 e o maio a US$ 13,99 por bushel.
"O tamanho da nova safra brasileira será determinante para entendermos o rumo que o mercado vai tomar em 2023", afirma o analista. "Estamos em um momento inicial muito promissor, apesar de problemas pontuais que esperamos que sejam contornados. Excesso de chuvas, claro, pode atrapalhar trabalhos de plantio, mas em anos de La Niña a gente até agradece as chuvas estarem aparecendo, mesmo que muito cedo. De uma forma geral, eu diria que é uma safra promissora. Outro ponto de destaque é a provável recuperação da safra do sul do Brasil, em especial no Rio Grande do Sul", completa.
Na outra ponta, o mercado sente também o peso da chegada da nova safra norte-americana que, mesmo menor do que o inicialmente estimado, limita um avanço mais expressivo das cotações neste momento. O que também ainda chama a atenção nos EUA são as complicações logísticas com os desdobramentos do rio Mississippi, principal canal de escoamento dos grãos americanos.
Neste ambiente, os novos negócios com a soja 2022/23 do Brasil ainda estão tímidos. A diferença de preços entre disponível e safra nova, em média, é de R$ 15,00 por saca agora, base porto. "E como temos preços firmes no Brasil e o produtor está capitalizado - tirando o que sofreram com as perdas produtivas - está se dando ao luxo de especular um pouco mais, porque compara o preço de uma safra com a outra, fica com isso na cabeça e acaba travando um pouco as negociações, o que eu acho arriscado", afirma Gutierrez.
As margens são ainda positivas, mas também bem distantes das colhidas na temporada 2021/22, o que ajuda a estimular esse comportamento mais contido dos sojicultores brasileiros.
Assim, ainda como explica Gutierrez, problemas que poderiam se agravar com a nova safra da América do Sul são fatores que poderiam vir a mexer mais agressivamente com os preços em Chicago, ou movimentos diferentes da demanda que não estejam sendo esperados pelo mercado.
Fonte: Notícias Agrícolas