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Em quem você votou para deputado e senador nas últimas eleições?
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Publicado em 27/09/2022

Você se lembra em quem votou para senador e para deputado em 2018? De acordo com pesquisa realizada pelo Datafolha, divulgada em agosto deste ano, mais de 60% dos brasileiros entrevistados não se recordam em quem votaram para o Congresso Nacional nas últimas eleições.

O Estado de Minas foi às ruas de Belo Horizonte para ouvir os eleitores e refletir, junto a eles, se falta uma fiscalização dos candidatos que foram votados e dos políticos que foram eleitos. 

Delcir Alves, aposentado, não recorda em quem votou para os cargos do Congresso Nacional em 2018, assim como não se lembra em quem escolheu para representá-lo na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Quanto ao vereador, nas eleições de 2020, dois anos atrás, ele também não se recorda. No entanto, afirmou que a “consciência está tranquila”.

“Não fiscalizei meus candidatos, mas eu fico com a minha consciência tranquila. O que aconteceu, eu não sou culpado de nada”, afirmou.

Samuel Evangelista, técnico em contabilidade, também não se lembra em quem votou para deputado federal e estadual há quatro anos, e justificou que a falta de fiscalização desses candidatos se dá pelo “distanciamento” dos parlamentares. 

“Eu não acompanho, não fiscalizo. Só acompanho através da mídia, mas no dia a dia não. (...) Acho que os deputados são mais distantes. Os do Poder Executivo todos os dias estão na televisão. Eu acompanho mais prefeito, governador e presidente”, explicou. 

Mas fiscalizar políticos é função do cidadão? Sim. O Tribunal Superior Eleitoral afirma que “o cidadão tem papel fundamental na fiscalização de seus representantes e que mais do que ser eleitor, compete a ele acompanhar de forma permanente o que está sendo executado”. E assim também afirma o cientista político, Thiago Silame. Entretanto, o professor afirmou que o fato de esquecer em quem votou não reflete uma falta do cidadão.

Fiscalização dos eleitos

“Não necessariamente significa uma negligência por parte do cidadão. Em decorrência das características do nosso sistema eleitoral que é complexa, a maioria dos eleitores não elege um deputado, portanto, ele sequer saberá quem ele pode fiscalizar. Contudo, em uma democracia, cabe aos eleitores fiscalizarem aqueles que exercem o poder independentemente se o seu candidato foi eleito ou não”, disse. 

O cientista também ressaltou que o esquecimento se dá por dois fatores importantes: o sistema político de voto proporcional em lista aberta e pela alta oferta de candidatos. Para ele, esses fatores ajudam a “confundir” a cabeça do eleitor. 

“Adotamos o voto proporcional em lista aberta. Isto torna a eleição um pouco confusa para o eleitor compreender, pois temos uma competição entre os partidos e dentro dos partidos. Então, primeiro chega-se ao número de cadeiras que cada partido vai obter em uma eleição através do cálculo do quociente eleitoral e depois distribui-se as cadeiras para os mais votados de cada partido.

 

Soma-se a isto a mudança nas regras eleitorais de 2017 que estabeleceu que o candidato. para conseguir uma vaga, tem que obter 10% de votação nominal considerando o quociente eleitoral”, disse em relação ao sistema político brasileiro.  

 

Fonte: www.em.com.br

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